Por André Garcia
O
heavy metal foi concebido em 1969/70, da mistura entre os álbuns de estreia do
Led Zeppelin e do Black Sabbath, bem como o debut do Deep Purple com Ian Gillan
e Roger Glover. Ao longo da década, a fórmula foi sendo aprimorada por nomes
como Judas Priest e Thin Lizzy até chegar a seu estado de
desenvolvimento pleno no começo da década de 80, com discos como "Ace of
Spaces" (Motörhead),
"Heaven and Hell" (Black
Sabbath) e "British Steel" (Judas
Priest).
Foi
de suma importância também para a consagração do gênero a estreia de Ozzy Osbourne em carreira solo com a
obra-prima "Blizzard of Ozz", responsável por ressuscitar a carreira
do vocalista das cinzas. Em muito o sucesso do álbum foi devido às brilhantes
contribuições do prodÃgio guitarrista Randy
Rhoads — que apesar de ter tido a carreira (e a vida) tragicamente
encerrada aos 25 anos, ele é até hoje reverenciado por sua influência.
Quando
o assunto é ele, muito se fala de suas técnicas virtuosas e suas arrojadas
influências de música clássica. Em trecho do documentário Thirty Years After
The Blizzard o frontman do Motörhead Lemmy Kilmister revelou que o que mais
admirava nele não era a técnica, e sim a coragem:
"Eu
não curtia muito o Black Sabbath
quando eu estava na Inglaterra", começou surpreendendo Lemmy. "Eis
que ele [Ozzy Osbourne] surgiu com aquele grande álbum de estreia [como artista
solo, o 'Blizzard of Oz']. Realmente era [muito bom]. [Durante a primeira parte
da perna norte-americana do 'Blizzard o Oz'] a gente tocava com eles toda
noite, sabe? Foi uma baita turnê. Cruzei os Estados Unidos grudado com eles, a
gente ficava a dois metros um do outro. [Randy Rhoads] era simplesmente
brilhante, sabe? Claro que [para as pessoas] ele ficou melhor ainda depois que
morreu [risos] — é assim com todo mundo. Mas eu adorava Randy."
A
seguir, o frontman do Motörhead revelou que o que mais admirava em Rhoads não
era sua técnica, e sim a coragem com a qual ele abordava a música:
"Ele
corria riscos. Ele não tinha medo. Quero dizer, ele dominava seu instrumento,
então simplesmente ia em frente. Era disso que eu gostava nele. Ozzy costumava
jogar ele para lá e para cá, carregava ele nos ombros enquanto tocava… e ele
nunca errava uma nota!"
O
Motörhead quando excursionou com Ozzy
Osbourne pelos Estados Unidos estava com sua formação original vivendo seu
auge: tinha acabado de sentir o sabor do sucesso comercial com o "Ace of
Spades" (para muitos seu melhor álbum de estúdio) e já havia dado inÃcio Ã
produção do "No Sleep 'til Hammersmith" (para muitos seu melhor álbum
ao vivo).
Fonte:
whiplash.net
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